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Encontro reúne mães atípicas na Câmara de Duque de Caxias

A necessidade de constante capacitação dos profissionais da educação, a seletividade alimentar das pessoas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e histórias de vidas comoventes fizeram parte do encontro com diversas mães atípicas e seus filhos, no dia 24/04, no plenário da Câmara de Duque de Caxias.

Por iniciativa do presidente da Casa, Celso do Alba (União Brasil), os participantes acompanharam a abordagem dos profissionais. A mesa também foi composta pelo deputado estadual Marcelo Dino (União Brasil), o irmão de Celso, Rodrigo do Alba, idealizadores e representantes do projeto “Te Ajudo”.

O deputado estadual Marcelo Dino ressaltou projetos importantes aprovados e em pauta na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), na Câmara de Duque de Caxias, e também a sua preocupação em acompanhar de perto as conquistas dos autistas e das suas famílias. “Temos diversos projetos, indicações que nós fizemos e, foi através de vocês que nos trouxeram. É uma perspectiva que eu tenho: que Duque de Caxias seja referência, um marco na questão do autismo”.

Rodrigo do Alba justificou a ausência de seu irmão por motivos de saúde e enfatizou a necessidade de incluir, cada vez mais, as pessoas com TEA na sociedade.

A oportunidade de discutir temas importantes para as pessoas com TEA e seus familiares na Casa Legislativa, foi destacada por Rogério Lopes, um dos diretores do projeto “Te Ajudo”. “Hoje, é uma data em que a Câmara Municipal abre as portas para discutirmos um tema que é de suma importância para a sociedade’.

Rodrigo Lopes, também um dos idealizadores do projeto “Te Ajudo”, disse que, e, apenas três meses, atuando em Duque de Caxias, já foram realizados mais de 300 atendimentos. “Pela primeira vez, Duque de Caxias mobilizou, verdadeiramente, para a cauda. O impacto do projeto “Te Ajudo” e o impacto de outros projetos, que são tratados com seriedade, tomaram uma dimensão tão grande que chamou o interesse do poder público e, hoje, chegamos a esta Casa”.

O neuropsicólogo, Neemias Barbosa, ressaltou que existe algo muito marcante nos atendimentos que é o fato de a pessoa precisar receber o acompanhamento devido. “Do ponto de vista psicológico e neuropsicológico, a pior coisa que pode existir para uma pessoa, chama-se dúvida. No projeto, o que a gente faz, a priori, é receber as mães e tirar todas as suas dúvidas de maneira paciente’’.

O sócio fundador e CEO do Instituto Neurodiversidade, João Lucas Maciel, foi enfático ao relatar que, através do tripé família, clínica e escola que se irá garantir o pleno desenvolvimento das pessoas com autismo. “É através do suporte às famílias e o acolhimento, do tratamento de qualidade, porque quanto antes forem feitas as intervenções, é melhor, e através também de uma educação inclusiva e de qualidade. Mas, se a gente não lutar, não continuar de mãos dadas, nada vai mudar”.

O psicólogo, Alexandre Bragança, alertou para o alto número de abandono dos pais aos seus filhos autistas, culminando com a criação exclusiva das mães, o que afeta a autoestima delas, mesmo a sociedade obrigando a todos serem felizes constantemente, mesmo diante dos problemas. “Cerca de 85% das mães com as quais trabalhamos não têm tempo para si, para se olhar, para se cuidar, mas é importante lembrar que o tempo é o bem mais precioso que existe”.

A seletividade alimentar das pessoas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) foi tratada pela nutricionista Thamires de Carvalho. “Cerca de 67% dos autistas têm seletividade alimentar e, a maioria da seletividade, é de fator sensorial, por textura, sabor, cor. Há também o fator individual, quando a pessoa não tem interesse nenhum pelo alimento”.

A presidente projeto “Te Ajudo”, Aline Brandão, falou de seu empenho e trabalho para que todas as famílias recebam o atendimento digno e adequado aos seus casos. “A gente uma luta, um motivo para continuar. É difícil, mas não é impossível. Fico no polo do Pilar, segundas e quintas, e atendo todos que batem a minha porta. O SUS é para todos e, o ‘Te Ajudo’, também é para todos”.

No final do encontro, foram entregues moções de aplausos.

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