Deputados que negaram a ocorrência de ataques à Câmara serão ‘chamados à responsabilidade’, diz Lira
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta segunda-feira que parlamentares que negaram a destruição causada na Casa Legislativa nos atos terroristas do dia 8 de janeiro serão “chamados à responsabilidade”. De acordo com Lira, um deputado não pode divulgar “fatos que não condizem com a realidade”.
A fala de Lira é uma referência ao deputado eleito Abílio Brunini (PL-MT), que gravou um vídeo no Salão Verde da Câmara afirmando que o local não teve “praticamente nenhum estrago”.
— Todos que tiverem responsabilidade vão responder. Inclusive parlamentares que andam difamando e mentindo, com vídeo, dizendo que praticamente houve inverdades nas agressões que a Câmara dos Deputados sofreu em seu prédio. Então esses deputados serão chamados à responsabilidade, porque todos viram — afirmou Lira, em entrevista coletiva.
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Questionado se estava falando do caso de Brunini, o presidente da Câmara confirmou:
— Justamente isso. Eles terão que ser chamados à responsabilidade, porque, de qualquer maneira, um parlamentar eleito não pode estar divulgando fatos que não condizem com a realidade.
Sem incitação de deputados
Por outro lado, Lira afirmou que não viu incitação ao crime por parte dos deputados federais eleitos André Fernandes (PL-CE) e Clarissa Tércio (PP-PE), alvos de um pedido de abertura de inquérito por parte da Procuradoria-Geral da República (PGR).
O presidente da Câmara também citou o deputado eleito Nikolas Ferreira (PL-MG) na lista, mas o pedido da PGR cita outra parlamentar, Silvia Waiãpi (PL-AP).
— Eu não vi, nos três parlamentares, vou citá-los, deputado Nikolas, deputado André e deputada Clarissa, nenhum ato que corroborasse com os inquéritos — afirmou ele, acrescentando: — Não vi a Silvia. Me falaram esses três.
Já em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que também será investigado por uma possível incitação, Lira disse apenas que “cada um responde pelo que faz” e que é preciso investigar:
— Acho que cada um responde pelo que faz. Meu CPF é um, o CPF do presidente Bolsonaro é outro. Nós temos que ter calma nesse momento e investigar todos os aspectos.